fonte: Agência Brasil
Levantamento aponta que entre 6.131 profissionais de saúde do Rio de Janeiro testados para covid-19, 11% tiveram resultado positivo. Com a finalidade de identificar profissionais de saúde da região metropolitana que tenham contraído o novo coronavírus, os testes rápidos imunosorológicos começaram a ser feitos em 28 de abril.
A iniciativa de mapeamento epidemiológico, liderada pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e Zoox Smart Data, disponibiliza um questionário para os profissionais responderem no aplicativo Dados do Bem. Identificadas chances de infecção pelo novo coronavírus, o profissional de saúde recebe a indicação para fazer o exame gratuito e agendado.
A zona oeste do Rio teve o maior número de profissionais testados. A região proporcionalmente apresentou menos profissionais contaminados (7,4%) quando comparada com Bangu e Campo Grande, que tiveram, respectivamente, 15% e 13% de profissionais com resultado positivo. Já em relação à área metropolitana do Rio, o município de Nilópolis, na Baixada Fluminense teve o maior percentual de infectados. De todos os profissionais que realizaram o teste na região, 23% tiveram resultado positivo. Em segundo lugar da lista está São Gonçalo, com 21% dos profissionais com resultado positivo.
Sintomas da doença
Os profissionais que tiveram exame positivo apresentaram sintomas como dores no corpo (71,6%), tosse (66,8%) e perda de olfato e paladar (63,8%). Além dessas indicações, 51,1% dos positivos apresentaram febre nos 10 dias anteriores à testagem.
De acordo com o coordenador do projeto, Fernando Bozza, pesquisador e infectologista do Idor e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), “diante desses primeiros resultados, e, comparado a outras pesquisas, como a que foi realizada pelo Hemorio em abril deste ano, e a dados divulgados pelo estado de Nova York no mesmo mês, conseguimos enxergar que o número dos profissionais de saúde brasileiros que tiveram resultado positivo para o vírus é relativamente alta. Entretanto, o nível de soroprevalência ainda não é alto o suficiente para prever que esses profissionais estejam imunes à covid-19 em curto prazo, grande parte deles ainda pode ficar doente”, afirmou Bozza, responsável pelo algoritmo e análise dos dados.
“Eles estão na linha de frente e, por isso, expostos à contaminação. Faz parte da nossa iniciativa entregar inteligência, através de dados, para governo e população com o objetivo de auxiliar no enfrentamento ao vírus. Dessa maneira é de extrema importância que as pessoas continuem baixando o aplicativo e preenchendo a autoavaliação, para fornecer ainda mais dados populacionais”, avaliou o coordenador do projeto.
Acesso
Com 190 mil downloads feitos, o aplicativo Dados do Bem é gratuito e está aberto à população do Rio de Janeiro. Nele, o usuário preenche um cadastro e responde a um simples questionário de autoavaliação, com perguntas sobre sintomas associados à covid-19 e histórico de saúde. O anonimato de todos os participantes é preservado e as informações coletadas não serão utilizadas para fins lucrativos. Ao baixar o aplicativo, a pessoa concorda com o envolvimento voluntário no estudo.
Operação
O diretor executivo da Zook Smart Data, Rafael de Albuquerque disse que uma equipe multidisciplinar vai analisar os dados com olhar voltado para entender novos formatos de dados e analisar a covid-19 através de outras perspectivas. “O nosso objetivo é gerar inteligência de dados para auxiliar o combate à pandemia”.
Diagnóstico positivo
Caso tenha testado positivo, a pessoa receberá, por meio do aplicativo, orientações das autoridades públicas de saúde. Também será solicitado que ele informe até cinco pessoas com quem tenha tido maior contato para que sejam convidadas por SMS a realizar a autoavaliação e o teste com prioridade.